Como a inovação transformou o Brasil no celeiro do mundo.

  • 15/04
  • Direito Agrário
  • Paulo Roberto Kohl
Na terça-feira (14/04), o sócio do escritório Kohl & Leinig Advogados Associados, Paulo Roberto Kohl, participou do Agro Digital Meeting, organizado pelo canal AgroMulher.
 
A palestra de abertura foi com o Presidente da Embrapa, Celso Moretti, com o tema “Agricultura Brasileira movida à Ciência”.  
 
Compartilharemos o mapa mental elaborado por Paulo Roberto Kohl, em que são reforçados os temas tratados na palestra e para que, em uma só página, todos tenham acesso àquilo que foi tratado. 
 
A agricultura brasileira foi abordada sob 4 aspectos: ciência, história, sustentabilidade e perspectivas do futuro. 
 
No pilar da ciência é importante destacar que a agricultura tropical somente foi possível, em virtude da ciência. Foi ela que permitiu a transformação de solos ácidos, introdução de novas culturas e espécies (como a soja e o gado zebu), a produção sustentável, tais como o controle biológico (fixação de nitrogênio e outros), e o ILPF (integração lavoura, pecuária e floresta). 
 
história jamais deverá ser esquecida, pois até os anos 70 o Brasil era marcado pela insegurança alimentar, com baixa produção e necessidade de importação de inúmeros produtos alimentares. Havia ausência de tecnologia para produção agrícola tropical e existia pobreza na zona rural. 
 
Após a década de 70, houve investimento em pesquisas e inovação, com instituições como Embrapa, universidades, pesquisas e programas de extensão rural (tais como Epagri e Emater) e parcerias privadas. 
 
Isso permitiu, dentre outras conquistas, a quintuplicação na produção de grãos, com aumento somente em duas vezes a área plantada, o aumento em 140% das florestas e a produção de frango em 59 vezes. 
 
Na coluna da sustentabilidade o Código Florestal é um importante instrumento para a consolidação do desenvolvimento sustentável, com limitação na abertura de novas áreas e a preservação de APP e reserva legal. 
 
Além disso, destacam-se o plantio direto, incentivos para agricultura de baixo carbono, como créditos subsidiados e o CRA. 
 
O Brasil preserva 66,3% do seu território, ou seja, 2/3 do país, sendo 25% dentro das próprias propriedades rurais. A área de preservação equivale a 48 países da Europa. Nenhum país do mundo tem isso a oferecer para a agricultura e ao meio ambiente. 
 
Na coluna das perspectivas, o desafio para 2030 é alimentar 8,5 bilhões de habitantes na Terra. Será necessário o aumento em 35% da produção de alimentos e 50% em água. Hoje o Brasil já alimenta 1,2 bilhões de pessoas. 
 
Haverá uma intensificação na integração lavoura, pecuária e floresta, em até 15 milhões de hectares. Isso gerará renda e produção de carne “Carbono neutro”. 
 
A biotecnologia estará presente, seja através de técnicas de edição genômica (CRISPR), com melhorias em variedades de soja resistentes à seca e nematóides, dentre outros avanços em outras culturas. 
 
A bioeconomia também terá papel de destaque através de bioinsumos e economia de sistema biológico, e a produção poderá servir de alimentos, fibras, combustíveis, cosméticos, dentre outras inúmeras possibilidades.
 
Por fim, o agro será digital, com destaque na conectividade (fator ainda limitante em 72% das propriedades rurais que não possuem acesso à internet), na inteligência artificial (big data, sensores, robôs, etc), na agricultura 5.0. (automação) e na agricultura de precisão, mediante parcerias com o setor privado (startups e soluções inovadores, por exemplo). 
 
Em época pós-pandemia, portanto, o celeiro do mundo ocupará papel de destaque no abastecimento da população mundial, através de uma agricultura sustentável e tecnológica. 
 
Por fim, o palestrante destacou frase cunhada por Eliseu Alves, fundador da Embrapa: “cérebros, e não tratores são o símbolo da agricultura brasileira”.

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